Com ou sem barrica?

No fim das contas, é essa a informação que leva muita gente a procurar a ficha técnica de um vinho. Mas por que o fato de ter passado ou não por barrica faz diferença? Resumidamente, é assim: a madeira, mais especificamente o carvalho, possui propriedades singulares que promovem o que os especialistas chamam de micro-oxigenação, ou seja, o vinho entra em contato com micropartículas de oxigênio durante o tempo em que estagia em madeira.

Essa micro-oxigenação promove o afinamento dos taninos, o que quer dizer que algumas moléculas de oxigênio e de tanino se ligam, ficam mais pesadas e vão parar lá no fundo da barrica (uma explicação simplista para um processo complexo). Assim, quando o vinho vai para a garrafa, só restam os taninos finos, macios e sedosos que deixam qualquer degustador maravilhado. Além dessa “maciez”, o tempo em barrica confere alguns aromas adicionais à bebida, dependendo do tipo de tostagem pela qual tenha passado a madeira: de baunilha, passando por café e chocolate e chegando a pão torrado.

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Por que vinho que passou por barrica geralmente é mais caro? Primeiro que um barril de carvalho novo é bem caro, algo como 800 dólares. Depois de 5 ou 6 usos ele já é considerado velho e serve apenas para estocar a bebida como whisky, por exemplo, não aporta mais aromas ou sabores. As barricas geralmente possuem capacidade para 225 litros, o que torna toda essa experiência bastante dispendiosa. Isso sem falar sobre o tempo e a arte que é construir uma barrica…

E por que carvalho? O carvalho é a madeira preferida para a confecção de barricas para vinhos (e outras bebidas) por causa de sua força e leveza ao mesmo tempo – além da maleabilidade. A estrutura celular desse tipo de madeira possui componentes com sabores que contribuem para o vinho. Outras madeiras já foram testadas, mas não alcançaram o sucesso que o carvalho proporciona.

 

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