“Além do Tejo”, esse é o significado da palavra Alentejo, ou seja, depois do rio, em relação a Lisboa. A maior região portuguesa em termos de área, e a com a menor concentração demográfica do país, esbanja história, arte, cultura e, é claro, vinhos.
Historicamente, o Alentejo, no Sudeste de Portugal, é um local de transição por onde passaram diversos povos, sendo que a paisagem é uma verdadeira galeria a céu aberto, com dezenas de castelos e vilas fortificadas que atestam a memória da defesa da fronteira portuguesa. Os que por lá passaram seguiram plantando uvas, além de outras culturas.
Já no século 20, na época de Salazar (que comandou o país entre 1932 e 1968), o Alentejo era chamado de “planície dourada”, pois o ditador ordenou que as videiras fossem substituídas pela plantação de milho em nome da “subsistência” da nação.
Portugal como um todo enfrentou situações delicadas até a entrada para a União Europeia, em 1986 – e com o Alentejo não foi diferente. Desde então, o setor passou por grandes transformações, com investimento que fizeram a indústria crescer, tanto em qualidade quanto em quantidade.
A formação de enólogos portugueses no exterior e a modernização das técnicas de plantio também foram fundamentais para esta evolução e refletem no excelente posicionamento dos vinhos lusitanos, em geral, no mercado internacional.
Vinhos de Estremoz
O Alentejo é chamado de o Novo Mundo dentro do Velho Mundo no vocabulário vitivinícola. Isso quer dizer que, mesmo com produção da bebida há séculos, hoje é conceituado pelos exemplares modernos, concentrados e frutados, típicos dos países com menos tradição que os europeus.
Mas rotular assim seria uma injustiça: nesta vasta planície há grande diversidade de terroir que resulta em versatilidade, tipicidade e elegância em espumantes, brancos, rosés e tintos.
Dois distritos alentejanos são considerados Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco, Elvas e Évora, sendo essa última conhecida pelo Templo de Diana e pela Capela dos Ossos. Uma das principais cidades de Évora é Estremoz, fundada no século 13. É lá que está a sede da vinícola João Portugal Ramos.
Estremoz possui características naturais excelentes para a elaboração de vinhos: solos derivados de xisto e argilo-calcários e clima de influência continental, o que permite a boa e constante qualidade das safras. De modo geral, são vinhos fáceis e agradáveis de beber, sendo que há também os com grande capacidade de envelhecimento.
Selecionamos dois rótulos, um branco e um tinto, elaborados pela vinícola João Portugal Ramos, para você experimentar essa belíssima região de Portugal.
Combinação das uvas Verdelho, Sauvignon Blanc e Viosinho que resultam em um vinho seco, de acidez muito bem integrada com a fruta. Ideal consumir entre 7 e 9º C.
A elegância do Alentejo traduzida neste corte das uvas Aragonez, Trincadeira e Castelão. Tinto de aromas frutados e discreto vegetal, seco e macio. Ideal consumir entre 16 e 18º C.