Os portugueses são grandes apreciadores de vinho. Os maiores do mundo a julgar pelo ranking anual da Organização Internacional do Vinho (OIV) que coloca os lusitanos, ano após ano, no topo do pódio do consumo per capita.
Apesar do tamanho diminuto do país, Portugal é um grande vinhedo de norte a sul e um dos principais exportadores há séculos. A começar pelo vinho do Porto que, no passado, era muito apreciados nas cortes reais de toda Europa e hoje continua sendo o vinho mais emblemático do país.
Mas nos últimos 30 anos, com a melhoria das técnicas enológicas e da qualidade da bebida, outras regiões de Portugal entraram para o mapa-múndi da vitivinicultura. No Alentejo, Bairrada, Douro, Península de Setúbal e Vinhos Verdes se produzem grandes rótulos, muitos dos quais chegam, felizmente, ao mercado brasileiro.
E qual data melhor do que 10 de junho, em que é celebrado o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (data da morte do poeta Luís de Camões) para conhecer melhor o país por meio de seus vinhos?
A seguir indicamos cinco rótulos, um de cada uma das cinco principais regiões vitivinícolas de Portugal, para você apreciar a diversidade de terroir e estilos.
Alentejo
Localizado ao sul de Portugal, o Alentejo é uma planície escaldada pelo sol forte onde são produzidos belos vinhos tintos e brancos com muitos aromas frutados e macios em boca. Importantes produtores portugueses têm propriedades nessa região, como CARMIM e João Portugal Ramos, este último considerado o papa da enologia alentejana.
Esse tinto apresenta aromas de frutas pretas maduras como amoras e ameixas, com notas de especiarias. Em boca, é complexo e frutado, com deliciosas notas minerais. Amadureceu em barricas de carvalho francês e americano por 9 meses. Combina com carnes vermelhas e queijos curados.
Bairrada
Localizada ao norte de Portugal, a Bairrada é uma região de clima mais frio, perfeito para o bom desenvolvimento da Baga, uva tinta que é prima da francesa Pinot Noir e da italiana Nebbiolo, e que dá vida a vinhos elegantes, complexos e com potencial de envelhecer. A enóloga Filipa Pato é uma produtora de destaque da região, de renome internacional por elaborar rótulos biodinâmicos, isto é, com o mínimo possível de intervenção humana e em respeito aos ciclos naturais.
Apresenta aromas frutados que lembram cerejas, toques de cedro, notas picantes, sous-bois (aroma das florestas), chocolate preto e café torrado. Em boca, destacam-se os taninos finos e elegantes, a estrutura sedosa e a excelente acidez. Amadureceu 18 meses em pipas (500-600 litros) de carvalho francês. Harmoniza com carnes nobres cozidas e queijos fortes.
Douro
Uma das regiões mais belas de Portugal, o Douro é caracterizada pelos vinhedos em socalcos, estreitos terraços construídos ao longo dos séculos nas encostas do rio Douro e reforçados com muro de pedra de xisto para evitar a erosão das colinas. Neste terroir de clima mais frio nascem alguns dos grandes rótulos tintos de Portugal, além dos extraordinários vinhos do Porto que, em seguida, são transportados para Vila Nova de Gaia, nos arredores de Porto, onde amadurecem por anos nos armazéns da pequena cidade.
Porto Messias White Dry Seco DOC Douro
Aromas de frutos secos com notas amadeiradas. Em boca, os sabores remetem a especiarias, como pimenta e noz-moscada, além de um sutil toque floral. Este vinho do Porto branco da vinícola Caves Messias é ótimo sozinho como aperitivo ou no clássico drinque Porto tônica.
Península de Setúbal
A pequena península de Setúbal, localizada 30 quilômetros ao sul de Lisboa, é famosa por um único vinho: o célebre Moscatel de Setúbal, uma bebida doce e fortificada como o vinho do Porto, embora bastante diferente por aromas e sabores. É um estilo de bebida perfeito como aperitivo e para encerrar qualquer refeição.
Moscatel de Setúbal Doce DOC Adega de Palmela
Cor âmbar com reflexos dourados e aroma a cascas de laranja, mel, frutos secos e chá. Em boca, tem frescor, equilíbrio e boa persistência. Tem potencial de guarda de muitos anos. Perfeito como aperitivo à temperatura de 10ºC ou como digestivo à temperatura de 16ºC. Acompanha doces portugueses e chocolate preto.
Vinhos Verdes
A região onde está a DOC Vinho Verde, o Minho, no noroeste de Portugal, possui uma riquíssima vegetação, e provavelmente é por isso que recebeu esse nome. Os vinhos podem ser brancos, rosés ou tintos (esses últimos elaborados com a uva Vinhão). No Brasil é mais difícil encontrar o tinto, mas em Portugal o seu consumo é frequente, harmonizado com sardinhas assadas. São vinhos frescos, deliciosamente e ligeiramente efervescentes, perfeitos para os dias mais quentes e para acompanhar uma refeição, uma noite quente de verão ou um dia ensolarado.
Vinho Verde branco com aromas de frutas cítricas, com notas florais. Em boca, possui uma ligeira efervescência que o torna um vinho jovem e fresco. Excelente sem acompanhamento, mas também harmoniza com saladas, legumes, peixes delicados e carnes brancas.
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