Quem quer bacalhau?

Os motivos de o bacalhau ser o prato da Semana Santa na verdade são mais comerciais que gastronômicos. No século XVI, o Vaticano, que era proprietário de uma grande frota bacalhoeira, viu seus armazéns lotados da iguaria porque o consumo declinava. Para movimentar as vendas, decidiu proibir o consumo de carne vermelha durante a Semana Santa e incentivar a comercialização do bacalhau.

Nem precisamos entrar no mérito de como a ideia deu certo e se perpetua até hoje. Além de delicioso, é um alimento saudável, rico em sais minerais, vitaminas e proteínas, além de ter baixíssimos teores de colesterol e gordura. A Porto a Porto traz ao Brasil o Gadus Morhua (da marca Bacalhau Dias) e o Gadus Macrocephalus (da marca Sea Foods).

O Gadus Morhua, em inglês Cod Fish, também é chamado “Bacalhau verdadeiro”. Ele habita as águas frias do Atlântico, como Canadá e Mar da Noruega, mas também é pescado na Islândia e na Rússia. Suas postas são altas e claras e se desfazem em camadas tenras depois de cozidas, ideal para receitas em postas, lombo ou pedaços. O Morhua é o preferido pelos portugueses, pode variar entre 1 e 2 metros de comprimento e atingir peso máximo de 96 quilos.

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Bacalhau Dias

O Gadus Macrocephalus, também chamado “Bacalhau do Pacífico”, habita o Pacífico Norte, na região do Alasca. Sua carne pode ser facilmente desfiada, então além de ser servido em postas, é ideal para a utilização em receitas de torta, ensopados ou até mesmo bolinhos. O Macrocephalus é muito semelhante na aparência ao Morhua, com quem é frequentemente confundido, mas possui uma espécie de bordado branco nas extremidades que o diferencia dos demais.

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Vinho Madeira: quanta história cabe em uma garrafa?

Se for uma garrafa de vinho Madeira, muitas. Entre elas, a seguinte: no século XV, o nobre inglês George, Duque de Clarence, tentou roubar o lugar do seu irmão, que por acaso era o Rei Eduardo IV, e foi condenado à morte. Eis que seu último pedido foi dramático: morrer afogado em um tonel de Vinho Madeira da uva Malvasia. Outra história famosa envolve o autor inglês William Shakespeare e a peça Henrique IV, na qual o personagem fanfarrão Falstaff é condenado por vender sua alma em troca de uma perna de frango e um cálice de Vinho Madeira.

A declaração de independência dos Estados Unidos, já no século XVIII, foi brindada com um cálice de Vinho Madeira por Thomas Jefferson e, de certa forma, a tradição se mantém em todo 4 de Julho. Outra passagem célebre inclui Napoleão Bonaparte. O cônsul inglês H. Veitch ofereceu ao imperador capturado um tonel de vinho Madeira, quando ele estava a caminho do exílio em Santa Helena. Mas Napoleão não bebeu o vinho, talvez por receio de que estivesse envenenado, e a bebida acabou voltando à ilha a pedido dos comerciantes de Funchal. Em 1840 esse vinho foi engarrafado com o nome de Battle of Waterloo e Winston Churchill foi um dos poucos presenteados com uma garrafa em 1950.

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A ilha da Madeira

A ilha portuguesa da Madeira forma um arquipélago com a Ilha de Porto Santo e com as Ilhas Deserta e Selvagens, no Oceano Atlântico. Desde que os primeiros colonizadores pisaram em terra eles estavam acompanhados de mudas de videiras que existiam no Norte de Portugal, entre elas, a Malvasia.

O relevo acidentado faz com que as uvas sejam plantadas no sistema latada, ou seja, as plantas ficam paralelas ao chão e as uvas são colhidas manualmente – é na Ilha da Madeira aquela impressionante paisagem que lembra escadas nas montanhas. O solo de origem vulcânica, a proximidade com o mar e o processo único de produção são alguns dos fatores responsáveis pelas características exclusivas do vinho Madeira. Tradicionalmente, o processo de fermentação é interrompido pela adição de álcool vínico. O momento em que essa adição acontecerá é o que determina o estilo e o grau de doçura do vinho pretendido: seco, meio seco, meio doce e doce.

Nesse artigo, Nelson Luiz Pereira, Diretor de Degustação da ABS-SP, explica todos os estilos de vinho Madeira que podem ser produzidos através de um corte de uvas, sendo a Tinta Negra, a mais utilizada, ou ainda a partir de uma única casta, como Malvasia, Boal, Verdelho, Terrantez e Sercial.

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Vinho Torna a Viagem

Nos primórdios da história vinícola da Ilha da Madeira, os toneis de vinhos eram transportados nos porões dos navios durante as longas viagens marítimas. As temperaturas lá embaixo chegavam aos 60 graus e quando acontecia de o vinho retornar à Europa, verificava-se que ele era muito melhor do que aquele enviado no começo da viagem, pois as altas temperaturas e o balançar do navio acabaram conferindo características únicas e interessantes à bebida. A partir de então, toneis de Vinho Madeira eram despachados para uma voltinha de navio unicamente para enriquecer em aromas e sabores. Esse vinho ficou conhecido como Vinho da Roda ou Torna a Viagem. Hoje a mesma situação é simulada por dois processos de envelhecimento: Canteiro e Estufagem.

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Justino’s

A Porto a Porto e a Casa Flora trazem ao Brasil um produtor de sofisticados exemplares de vinhos Madeira: o Justino’s. A empresa está estabelecida na Ilha desde 1870 e é considerada uma das mais antigas da região. Atualmente ocupa uma posição de destaque nos mercados internacionais, pois em 1993 se associou a um dos maiores grupos franceses de produção e distribuição de bebidas. Foram construídas novas instalações com o objetivo de melhorar a vinificação, produção e envelhecimento do vinho, de modo a conjugar os métodos tradicionais com a mais avançada tecnologia disponível. Nesse vídeo http://youtu.be/rHVd44axMnU você encontra a história da Ilha e conhece como é produzir vinhos na região.

 

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Dica: Molly’s Irish Cream

O Molly’s Irish Cream é uma mistura do que os irlandeses sabem fazer de melhor: whisky e creme de leite fresco. Some-se a isso, chocolate natural. A mistura é uma tradição no país, mas só depois dos anos 1970 é que a tecnologia permitiu que o resto do mundo conhecesse a bebida que hoje é exportada para mais de 40 países.

Produzido próximo a Dublin, a capital da Irlanda, o Molly’s Irish Cream mistura o whisky irlandês, reconhecido pela pureza e pelos rigorosos padrões de produção, e o creme de leite fresco que fica pronto em menos de 48 hores depois que é produzido.

Como a maioria dos licores, o Molly’s Irish Cream é leve, excelente para drinks e vai muito bem com café. Mas como ele é feito de creme de leite fresco, não se aconselha misturar com limão. O nome Molly é a versão galega para Mary. O licor foi assim chamado em homenagem à beleza mística de uma mulher chamada Molly, que é também inspiração para diversas canções irlandesas tradicionais. O Molly’s Irish Cream possui graduação alcoólica de 17%.

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Paella com carnes

Rendimento: 18 porções

Ingredientes

750g de peito de frango cortado em cubos

750g de lombo de porco cortado em cubos

720 g de mignon de porco preto cortado em cubos

250g de chouriço Sarta Serrano

150g de Fue Catalan

2 cebolas cortadinhas

6 dentes de alho picados

75ml de azeite de oliva Paganini

5 tomates cortado em cubinhos

1 pimentão amarelo cortado em tirinhas

1 pimentão vermelho cortado em tirinhas

1 pimentão verde cortado em tirinhas

1 quilo de arroz espanhol Extra Senia la Paella Valenciana Bomba

2 envelopes de tempero para Paella sabater

300g de ervilhas

500g de palmito cortado em rodelas

3 limões cortado em fatias para decorar

2 litros de água

 

Como fazer

Em uma paellera, refogue o peito de frango e reserve. Faça o mesmo procedimento com o lombo de porco e o mignon de porco preto. Na mesma panela, refogue a cebola e o alho no azeite de oliva. Coloque os pimentões e os tomates. Acrescente as carnes reservadas, o chouriço e o fue. Mexa bem. Coloque o arroz, o tempero para paella e misture. Em seguir acrescente a água. Cubra a paellera com papel alumínio, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 20 minutos. Retire o alumínio, coloque as ervilhas e o palmito, feche novamente com papel alumínio a paella, desligue o fogo e deixe descansar por 10 minutos. Decore com as fatias de limão sirva em seguir a sua deliciosa Paella com Carnes.

 

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Jacob’s Creek Shiraz: destaque da semana

Muito já se especulou sobre as origens da uva Syrah, antigamente diziam que ela era nativa da Pérsia (Irã) porque lá havia uma cidade chamada Shiraz, que produzia o Shirazi wine. Mas em 1998 um exame de DNA confirmou que a Syrah é francesa, fruto de um cruzamento natural entre as uvas Mondeuse Blanche e Dureza. Uva altamente adaptável, a Syrah produz vinhos com qualidade em diversos lugares do mundo, mas foi na Austrália que se consagrou pela produção de rótulos intensos, exuberantes, amplos, encorpados e potentes.

Shiraz da Jacob's Creek.
Shiraz da Jacob’s Creek.

O Jacob’s Creek Shiraz 2011 apresenta aromas de frutas maduras com notas de chocolate e cedro, no nariz. Em boca, é seco, possui boa acidez, taninos bem estruturados, além de ser macio e sedoso. Acompanha muito bem pernil de cordeiro assado, queijos moles e cremosos como o cheddar. Deve ser servido a 16°C.

O australiano Jacob's Creek Shiraz.
O australiano Jacob’s Creek Shiraz.

Jacob´s Creek

Se hoje o Vale Barrosa, no sul da Autrália, é conhecido pelos excelentes vinhos que produz, muito se deve ao imigrante alemão Johann Gramp, natural da Bavária, que ficou impressionado com a potencialidade daquelas terras para a viticultura e, em 1847, plantou seu primeiro vinhedo na região com a intenção de produzir vinhos que mostrassem o verdadeiro caráter da terra.

Jacob’s Creek originalmente é o nome do riacho que atravessa a região, localizada 80 quilômetros ao norte da cidade de Adelaide. Ele emprestou o nome à famosa marca de vinhos produzidos pela Orlando Wine, fundada por Gramp. Desde seu surgimento, a vinícola é reconhecida pelos exemplares de personalidade e elegância que produz e atualmente é um verdadeiro ícone da indústria australiana, além de um dos principais exportadores do país. A empresa foi adquirida pela Pernod Ricard em 1989. Atualmente o tenista sérvio Novak Djokovic, o número 1 do mundo, é o embaixador da marca.

 

Jacob’s Creek originalmente é o nome do riacho que atravessa a região.
Jacob’s Creek originalmente é o nome do riacho que atravessa a região.

 

Curiosidade sobre a Shiraz: Até os anos 1980, era comum a Shiraz ser chamada na Austrália de Hermitage, a denominação mais conhecida do norte do Rhône, na França. Com a lei de proteção francesa ao nome dessa demarcação, a uva não pode mais ser chamada assim.

 

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La Crema e Edmeades: novidades da Califórnia

Desde o Julgamento de Paris, quando os vinhos californianos superaram os franceses em uma degustação às cegas, em 1976, a Califórnia é reconhecida pela excelência de sua produção vinícola, sendo responsável por 90% dos vinhos dos Estados Unidos. É na costa da Califórnia que estão as badaladas regiões de Sonoma, Mendocino e Napa, por exemplo, que produzem vinhos de altíssima qualidade. É também nessa região que está o grupo Jackson Family, que lança as linhas La Crema e Edmeades no Brasil esse mês, trazidas pelas importadoras Porto e Porto e Casa Flora.

A La Crema é uma vinícola comercial que produz com cuidado artesanal. Fundada em 1979, foi adquirida pelo grupo em 1992 e trabalha exclusivamente com as uvas Pinot Noir e Chardonnay – as típicas da Borgonha, na França. Reconhecida pelo estilo sofisticado, seus vinhos equilibram elegância e grande complexidade aromática. A La Crema produz em três regiões da Costa da Califórnia: Sonoma Coast, Monterey e Russian River Valley. Entre os rótulos lançados aqui, o premiado La Crema Russian River Valley 2012, que recebeu 92 pontos do crítico Robert Parker.

A névoa que toma conta da Costa da Califórnia é um dos fatores que aumentam ainda mais a qualidade dos vinhos La Crema.
A névoa que toma conta da Costa da Califórnia é um dos fatores que aumentam ainda mais a qualidade dos vinhos La Crema.

 

Já a Edmeades tem seus vinhedos em Mendocino, em Anderson Valley, e é famosa pela produção limitada e artesanal do vinho Zinfandel (essa uva é chamada de Primitivo na Itália). A vinícola evita o uso de dióxido de enxofre, utiliza apenas leveduras nativas para a fermentação em pequenos tanques abertos, realiza remontagem manual e engarrafa os vinhos sem nenhum processo de filtração para demonstrar o autêntico sabor da Califórnia – técnicas de produção de vinhos orgânicos. O rótulo Perli Zinfandel 2012 recebeu 92 pontos da publicação Wine&Spirits.

A Edmeades é uma vinícola butique que produz artesanalmente com a uva Zinfandel.
A Edmeades é uma vinícola butique que produz artesanalmente com a uva Zinfandel.

Conheça os rótulos que acaba de chegar nas importadoras Porto a Porto e Casa Flora.

La Crema

  • La Crema Monterey Chardonnay 2012
  • La Crema Russian River Chardonnay 2012 (Robert Parker 92 pontos)
  • La Crema Monterey Pinot Noir 2012
  • La Crema Sonoma Coast Pinot Noir 2012
  • La Crema Russian River Pinot Noir 2012 (International Wine Cellar 91 pontos)

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Edmeades

  • Perli Zinfandel 2012 (Wine Spirits 92 pontos)
  • Piffero Zinfandel 2010
  • Mendocino County Zinfandel 2012

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Sobre a Jackson Family

A Jackson Family foi fundada por Jess Jackson em 1982. Jackson era um advogado de terras que durante muitos anos recebeu o pagamento dos processos que defendia (geralmente pessoas que não queriam ter suas terras desapropriadas pelo governo) em terrenos na costa da Califórnia. Quando se deu conta, era o proprietário de inúmeras plantações de uva. Então começou a vendê-las para os vinicultores locais; quando não foi mais possível vende-las, passou a produzir vinhos. Atualmente o grupo Jackson Family é formado por 36 vinícolas independentes que trabalham com a filosofia “vinhos comerciais produzidos de forma artesanal”. Ao todo elas produzem 850 rótulos, sendo que, 400 rótulos já receberam 90 pontos ou mais de publicações como Wine Advocate (Robert Parker), Wine Spectator, Wine Spirits, Decanter, entre outras.

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